O alto preço da prosperidade


Este é o volume Nº 5 (B)O alto preço da prosperidade(/B) que trata do tempo da monarquia unida em Israel. O que se quer passar, é que Deus assume como sua Palavra, aquilo que o povo compreende e escreve, dentro das limitações humanas, ao tentar descobrí-lo na história.

Cf. AUTH, Romi. O alto preço da prosperidade: monarquia unida de Israel (1030-931a.E.C.). São Paulo: Paulinas, 2001. p.57-58. (Visão global, 5).

O final do período da Confederação das Tribos em Israel favoreceu o surgimento da monarquia. Muitas ameaças dos povos vizinhos colocavam em risco a sobrevivência e o espaço territorial das tribos e a produção das tribos mais prósperas. Isso fez com que parte do povo, a exemplo dos demais povos, pedisse um rei a Samuel, o último juiz.

Saul foi o primeiro rei escolhido por Samuel. Fez a transição do sistema de governo tribal para o sistema monárquico. Mesmo assim, não podemos dizer que Saul tenha deixado um Estado burocrático com uma organização estatal centralizada, com um exército permanente, um palácio, um corpo de funcionários estáveis, um santuário com um culto próprio. Nada disso havia. Talvez ele tivesse apenas certa autoridade no recrutamento das tribos, para manter uma tropa defensiva com poderes permanentes. Terminou a vida numa batalha contra os filisteus, no monte Gelboé.

Com Davi, a monarquia tomou um novo impulso. Era hábil político, bem-sucedido em suas campanhas militares, tinha muitas qualidades pessoais que favoreceram sua liderança inicialmente sobre as tribos do Sul e depois sobre as tribos do Norte. Davi conquistou Jerusalém e comprou a colina sobre a qual edificou seu palácio. Constituiu um exército permanente e organizou um Estado burocrático e autônomo, no qual já aparecem funções e listas de funcionários. Em seu reinado, as tribos chegaram ao máximo de sua expansão territorial. Houve muitas disputas na sucessão ao trono de Davi, com a ascensão final de Salomão.

Salomão se tomou conhecido como rei sábio. A ele foram atribuídos muitos livros do Primeiro Testamento. Mas sua sabedoria está ligada à habilidade comercial e polftica, e não ao fato de ter escrito livros. Ele se tornou famoso pela construção do Templo de Jerusalém, onde era celebrado o culto ao Senhor. Mas Salomão foi recriminado por sua infidelidade ao Senhor, pois casou com mulheres estrangeiras que introduziram o culto a outros deuses e desviaram o coração do rei. Já no final do reinado de Salomão aparecem as revoltas sobretudo das tribos do Norte, que reclamam dos pesados impostos. Com sua morte, o reino de fato se dividiu em dois: o reino de Judá, no Sul, com Roboão, e o reino de Israel, no Norte, com Jeroboão.

Alguns profetas são mencionados atuando no período de Saul e Davi. Os maiores destaques são dados ao profeta Samuel, que endossa a transição do regime tribal para a realeza, e ao profeta Natã, que dá o caráter de eleição divina à dinastia davídica. Há também a menção ao profeta Aías de Silo, que apóia a revolta de Jeroboão (l Rs 11,29-30).

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