Deus também estava lá: exílio na Babilônia





Este é o volume Nº 8 (B)Deus também estava lá(/B) apresenta a experiência sofrida do povo, depois da destruição de Judá, e dos exilados na Babilônia. O povo vive em meio a muitas crises, mas a crise que os atingiu profundamente é a crise religiosa.

Cf. AUTH, Romi. Deus também estava lá: exílio na Babilônia. São Paulo: Paulinas, 2002. p.57-58. (Visão global, 8).

O exílio marcou profundamente o povo de Israel, embora sua duração fosse relativamente pequena. De 587 a538 a.E.C., Israel não conhecerá mais a independência. O reino do Norte já havia desaparecido em 722 a.E.C. com a destruição da capital, Samaria. E a maior parte da população dispersou-se entre outros povos dominados pela Assíria, O reino do Sul também terminará tragicamente em 587 a.E.C. com a destruição da capital Jerusalém, e parte da população será deportada para a Babilônia.

Tanto os que permaneceram em Judá como os que partiram para o exílio carregaram a imagem de uma cidade destruída e das instituições desfeitas: o Templo, o culto, a monarquia, a classe sacerdotal. Uns e outros, de forma diversa, viveram a experiência da dor, da saudade, da indignação, e a consciência de culpa pela catástrofe que se abateu sobre o reino de Judá.

Os escritos que surgiram em Judá no período do exílio revelam a intensidade do sofrimento e da desolação que o povo viveu. São os livros de: Lamentações, Jeremías e Abdias. Os exilados na Babilônia igualmente recordaram na dor o que viveram: “A beira dos canais de Babilônia nos sentamos, e choramos com saudades de Sião; nos salgueiros que ali estavam penduramos nossas harpas. Lá, os que nos exilaram pediam canções, nossos raptores queriam alegria: ‘Cantai-nos um canto de Sião!’ Como poderíamos cantar um canto do Senhor numa terra estrangeira?” (SI 137).

A experiência foi vivida pelos que ficaram e pelos que saíram, como provação, castigo e reconhecimento da própria infidelidade à aliança com Deus. Pouco a pouco foram retomando a confiança em Deus que pode salvar o seu povo e os conduzirá nesse Novo Êxodo de volta a Sião, conforme afirma o Segundo Isaías. Deus novamente devolverá a terra ao povo como a deu no passado (Ez 48). De fato, no Segundo Isaías já se entrevê a libertação do povo que virá por meio de Ciro, rei da Pérsia. Ele será o novo dominador não só de Judá e Israel, mas de todo o Oriente. Ciro será, de fato, o “ungido”, o salvador do povo de Judá e dos exilados? É o que veremos no próximo estudo.

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