Fé bíblica: Uma chama brilha no vendaval


Este é o volume 10 da coleção: Biblia em comunidade. Este volume apresenta as etapas fundamentais da história do povo bíblico e, por meio da linha do tempo, as relacionando com fatos da história contemporânea. É um precioso auxílio para as pessoas começarem a se familiarizar com os textos sagrados, com sua formação e com sua história. Utilizando metodologia própria para estudo em grupos, os volumes são ainda enriquecidos com 42 mapas e temas bíblicos.  


Período grego – helenista

Após a volta dos exilados a Jerusalém e a reconstrução da comunidade judaica, começa o domínio da cultura helenista sobre a região. A religião judaica é reprimida de todas as formas, mas muitas pessoas mantêm viva a fé e a conservam brilhando como uma chama em meio ao vendaval.
A história da dominação grega divide-se em cinco períodos, nos quais diferentes dinastias e impérios ocuparam também uma imposição cultural e religiosa tão forte como um vendaval que ameaçava a chama da fé de Israel.
A civilização grega ocidental:
Os gregos tinham um modo particular de conceber a vida em família e na sociedade, muito menos marcada pela tradição e pela dimensão comunitária. Tinham diferentes formas de organização social, de tradições culturais e de vivências religiosas. É com essa realidade que o povo de Israel teve de conviver por muitos anos e em constante conflito.
Cidade Grega
A cidade (isto é, polis) é a base da unidade cultural, social, econômica e religiosa da Grécia. Todas as cidades gregas tinham uma grande autonomia. Havia pouca intervenção dos reis em sua organização interna. Era uma espécie de cidade-estado regida por uma constituição elaborada nos moldes da constituição da capital Atenas, e protegida por um muro e defendida por um exército permanente, formado por seus cidadãos. Dentro da cidade se desenvolviam diversos serviços à população: comercial, religioso, social, cultural e outros.
Empórion :
No centro da cidade havia o empórion(mercado), palavra da língua grega que deu origem à palavra portuguesa “empório” ou mercado.Ele ficava na praça central. No mercada eram vendidos os produtos que vinham do campo e industrializados.A troca era feita pela moeda própria de cada cidade.Além do mercado, a mina também era fonte de lucro, normalmente de propriedade do Estado, e arrendadas a pequenas empreiteiras que absorviam a maior parte da mão-de-obra.
Divindade e templo: centro da vida cultural
Cada cidade tinha sua divindade protetora principal, com seu templo.Ele era provido por uma casta sacerdotal que oficiava as cerimônias religiosas. O sacerdotal que oficiava as cerimônias religiosas. Os sacerdotes não exerciam grande influência na vida moral e ética do povo. A religião interessava enquanto servia aos interesses dos homens e mulheres que freqüentavam o templo, o qual servia não só para o culto da divindade, mas também como oficina de artes, escola de música, aprendizagem dos escritos sagrados (hieróglifos e cuneiformes) e exercia também função bancária.
Estrutura Sócia l; diferenças sob o véu da igualdade
A sociedade grega era dividida, basicamente, em três classes sociais: a dos cidadãos, a dos libertos e a dos escravos.
Apesar das diferenças entre as classes sociais e da desigualdade entre ricos e pobres, não havia desnível social tão gritante como nós conhecemos hoje.
Comiam o mesmo tipo de comida, vestiam o mesmo tipo de roupa e participavam do mesmo tipo de divertimentos.
Filosofia: diferentes escolas de vida
A cultura grega distinguiu-se por sua filosofia de vida e pela filosofia clássica, que teve grande influência na cultura universal. Entre os primeiros filósofos helenistas estão os cínicos que surgiram por volta do ano de 350 a . E.C., Diógenes foi uma das figuras mais representativas desse movimento. Contemporaneamente às filosofias de vida, havia a filosofia clássica desenvolvida pelos grandes filósofos Platão, Sócrates, Aristóteles e outros. Os gregos cultivavam também ciências como a matemática, a arquitetura, a náutica, as letras e, sobretudo as artes plásticas.Nessa mesma época surgiram duas escolas, cada qual com sua filosofia de vida. A primeira foi a escola de Epicuro, surgida por volta de 350 a . E. C. Ela deu origem ao epicurismo, cujo princípio era a lei do menor esforço. Era um liberalismo total, contando que a pessoa vivesse sem dor e sem esforço em nenhum sentido.A segunda filosofia de vida da época nasceu como reação aos epicureus; é a escola estóica de Zenão de Cicio. Esta primava pelo rigorismo na observância da disciplina e das regras do bem viver. Trazia listas de virtudes que deviam ser seguidas e de vícios que deveriam ser evitados.Paulo, o apóstolo, sofreu influência da escola estótica.Nos seus escritos encontramos, com freqüência, listas de defeitos e virtudes.
Alexandre Magno e a expansão do império: 336-323 a .E.C.
Filipe da Macedônia, em 338 a .E.C. conseguiu unificar sob seu domínio toda a Grécia. Mas não reinou por muito tempo, pois foi morto.O filho Alexandre assumiu seu lugar e prosseguiu com as campanhas militares de expansão territorial do pai. Conquistou a Síria em 333 a . E.C.No mesmo ano conquistou o império persa, que era seu maior sonho.A difusão do espírito grego no espaço fenício-palestino não aconteceu de modo uniforme. Alexandre Magno, no início, conquistou o antigo núcleo israelita das montanhas da Samaria e d Judá e a planície costeira, e continuou pela Cisjordânia, chegando até a Transjordânia, onde fundou a Decápolis, formada por dez cidades gregas, das quais se destaca a Gadara. De 330 a 326 a .E. C. alcançou progressivamente o Oriente e chegou até a Índia. Pouco a pouco foi assentando as bases para o grande império helenista.
Sua morte prematura desencadeou a ambição dos quatros diáconos na disputa pela sucessão do império, que, depois de muitas lutas, foi dividido entre eles.Seleuco ficou a Pérsia, a Mesopotâmia e a Síria. Lisímaco apropriou-se da Ásia Menor e da Trácia. Cassandro estabeleceu-se na Macedônia e os Ptolomeus, também conhecidos como Lágidas, ocuparam o Egito, a Fenícia e a terra de Israel.Com essa nova fase iniciou-se o período conhecido como helenismo ou helenista, caracterizando pela “fusão” de duas tradições culturais: a cultura ocidental grega e a cultura oriental semita. Sem dúvida, essa mistura não se deu na totalidade nem em todos os aspectos da vida de ambos o povo. Os judeus, sobretudo, resistiram muito a helenização, embora essa tenha deixado suas marcas.
Israel sob o domínio dos Lágidas do Egito
Ptolomeu era um dos quatros generais do exército de Alexandre Magno. A ele coube o Egito, a Fenícia e Israel.Os Ptolomeus estabeleceram a capital do reino em Alexandria do Egito. A dinastia dos Lágidas do Egito perdeu a hegemonia sobre a Judéia por volta do ano 198 a.E.C. na batalha de Panion, e a partir dessa data os Selêucidas da Síria passaram a dominar a região da Judéia. No período dos surgiram diversos escritos que retratam seu contexto histórico e suas problemáticas marcantes. Grande parte dos antigos escritos ganha redação definitiva nesse período: os livros de Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas são atribuídas ao mesmo autor, conhecido como cronista.Os dois livros das crônicas teriam constituído inicialmente uma só obra, igualmente Esdras e Neemias. De fato, são muito semelhantes no estilo e no conteúdo. Tratam dos mesmos temas fundamentais: Templo o clero, o govrno de Davi e a restauração da comunidade pós-exílica.
O povo judeu, sob o domínio dos Selêucidas, viveu momentos cruciais em sua história. Entre os reis selêucidas , Antíoco IV Epífanes se destacou pela intolerância às tradições culturais e religiosas, promovendo a helenização da sociedade judaica. Nesse contexto nascem escritos de resistência como Tobias, Judite, Eclesiástico e outros.
A cultura helenista, no confronto com a cultura Oriental, julgava-se superior, com uma visão mais aberta e universal. A cultura judaica distinguiu-se, ainda, entre as diversas culturas do oriente: era considerada tradicional e fechada em si mesma; falavam uma língua incompreensível; praticavam costumes difrentes; comiam alimentos estranhos e até repugnantes.
A partir de 167 a .E.C., Israel começou a ensaiar uma relativa autonomia política com os Macabeus, que se manteve até o ano de 63 a .E.C. Nesse período, sobretudo no tempo de Jônatas (160-143 a .E.C.)e de Jão Hircano (134-104 a .E.C.),Israel conseguiu estender seu domínio de novo sobre os territórios das antigas tribos, enfrentando os interesses dos reis vizinhos de Damasco, ao norte, e da Nebatéia, mais ao sudoeste.Contudo, Jerusalém ainda permanecia como último reduto selêucida até 141 a.E.C., quando Simão macabeu a conquistou definitivamente (1 Mc 13,51). A partir daí foi mais abrangente a autonomia religiosa, mais a política de outros países cedeu lugar à luta pelo poder em Jerusalém. Nessas intrigas políticas, a influência de Roma nos assuntos da terra de Israel, centralizada em Judá, foi se manifestando cada vez mais claramente sobre a região.
Muitos judeus, para não renegarem as tradições religiosas, migraram para outras terras, aumentando assim o número de cidades que eles ocupavam na diáspora (1 Mc 15,22-23)Outros preferiram a morte a renunciar à própria fé.(2Mc 6,18-7,42)
Curso Biblíco – Realizado na Paróquia Santa Cruz
Silvana e Rachel –
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