Feliz e renovadora Páscoa!
“Desperta tu que estás adormecido/a, levanta-te de entre os mortos e o Cristo te iluminará” (Ef 5, 14).
Queridos irmãos e irmãs,
Eis que chegamos ao tempo da alegria pascal e, como pastor, penso especialmente em cada um/uma de vocês com carinho pastoral e desejo de confirmar a todos/as neste caminho de fé que é o testemunho de que verdadeiramente Jesus ressuscitou! A celebração anual da Páscoa deve repercutir em nossas vidas como um fogo que nos devora por dentro e nos renova. Ainda nos anos 50, o padre José Comblin escrevia: “Em todo o século XX, o acontecimento teológico mais importante e transformador para a Igreja foi a redescoberta da centralidade da Páscoa de Jesus Cristo” (A Ressurreição – São Paulo, Herder, 1958, p. 07). Quando o padre Comblin assim escreveu, ainda não tinha acontecido o Concílio Vaticano II. Mas, este confirmou essa intuição teológica ao começar todos os seus trabalhos pela reforma litúrgica, para valorizar nas celebrações o mistério pascal e fazer que toda vida cristã tenha essa fonte e vá para esse cume (Cf. Constituição Sacrosanctum Concilium). Justamente nesse ano de 2012, celebramos os 50 anos do início do Concílio e o papa Bento XVI está mandando a toda Igreja a carta apostólica Porta Fidei propondo um ano da fé que começará em outubro deste ano para celebrar digna e profundamente o cinquentenário do Vaticano II.
Há 50 anos, o Concílio foi para a nossa Igreja uma primavera pascal e como dizia o papa João XXIII propunha um adjornamento, um modo mais atual de expressar a fé de modo que pudesse ser melhor compreendida e vivida pelas pessoas do nosso tempo. Esse desafio é cada vez mais atual. No mundo inteiro, o número de cristãos tem diminuído e no Brasil onde antigamente os católicos eram cerca de 90%, atualmente não chegam a 70%. É claro que isso se deve ao fato de que, antes, as pessoas se diziam católicas, embora muitos não praticassem a fé.
A cultura contemporânea é mais pluralista e as pessoas têm toda liberdade de dizer que não crêem ou que têm outra pertença religiosa. Justamente o Concílio, na sua declaração sobre a liberdade religiosa (Dignitatis Humanae) proclama que respeitamos esse pluralismo. O que não podemos aceitar tranquilamente é que as pessoas deixem nossas comunidades porque não recebem nelas o alimento da fé que nós temos obrigação de transmitir. Aí sim, precisamos retomar a preocupação do papa João XXIII e do Concílio sobre como expressar a fé de forma mais acessível, dialogável e amorosa, de forma que as pessoas de hoje que têm dificuldade de aceitá-la possam sim se colocar junto conosco na mesma busca.
O Concílio Vaticano II quis ser um concilio pastoral e, neste sentido, transformou o modo de falarmos de Deus. Todos os seus 16 documentos e os diversos pronunciamentos dos papas durante o Concílio sempre frisaram Deus como pai amoroso e que só pode amar. Sem negar o pecado, nem a culpa, entretanto salientaram a dimensão gratuita da bênção divina, a universalidade da salvação e a proximidade de Deus na nossa vida. No areópago de Atenas, quando justamente tentava transmitir a fé que vinha do judaísmo para os de cultura grega, Paulo pregou um Deus que não está distante de nós, “pois nEle vivemos, nos movemos e existimos” (At 17, 28).
Desejo que todas as pessoas que participaram das celebrações da Quaresma e Páscoa em nossas paróquias possam ficar com essa convicção de um Deus que está conosco e em nós como força de amor que nos abre a uma vida mais solidária e mais feliz, mesmo no meio das lutas da vida. No século IV, São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, dizia: “O Cristo ressuscitado vem fazer de nossas vidas, mesmo no meio das lutas e das dores do dia a dia, uma festa contínua”. É assim que desejo a todos/as uma feliz e renovadora Páscoa.
Eis que chegamos ao tempo da alegria pascal e, como pastor, penso especialmente em cada um/uma de vocês com carinho pastoral e desejo de confirmar a todos/as neste caminho de fé que é o testemunho de que verdadeiramente Jesus ressuscitou! A celebração anual da Páscoa deve repercutir em nossas vidas como um fogo que nos devora por dentro e nos renova. Ainda nos anos 50, o padre José Comblin escrevia: “Em todo o século XX, o acontecimento teológico mais importante e transformador para a Igreja foi a redescoberta da centralidade da Páscoa de Jesus Cristo” (A Ressurreição – São Paulo, Herder, 1958, p. 07). Quando o padre Comblin assim escreveu, ainda não tinha acontecido o Concílio Vaticano II. Mas, este confirmou essa intuição teológica ao começar todos os seus trabalhos pela reforma litúrgica, para valorizar nas celebrações o mistério pascal e fazer que toda vida cristã tenha essa fonte e vá para esse cume (Cf. Constituição Sacrosanctum Concilium). Justamente nesse ano de 2012, celebramos os 50 anos do início do Concílio e o papa Bento XVI está mandando a toda Igreja a carta apostólica Porta Fidei propondo um ano da fé que começará em outubro deste ano para celebrar digna e profundamente o cinquentenário do Vaticano II.
Há 50 anos, o Concílio foi para a nossa Igreja uma primavera pascal e como dizia o papa João XXIII propunha um adjornamento, um modo mais atual de expressar a fé de modo que pudesse ser melhor compreendida e vivida pelas pessoas do nosso tempo. Esse desafio é cada vez mais atual. No mundo inteiro, o número de cristãos tem diminuído e no Brasil onde antigamente os católicos eram cerca de 90%, atualmente não chegam a 70%. É claro que isso se deve ao fato de que, antes, as pessoas se diziam católicas, embora muitos não praticassem a fé.
A cultura contemporânea é mais pluralista e as pessoas têm toda liberdade de dizer que não crêem ou que têm outra pertença religiosa. Justamente o Concílio, na sua declaração sobre a liberdade religiosa (Dignitatis Humanae) proclama que respeitamos esse pluralismo. O que não podemos aceitar tranquilamente é que as pessoas deixem nossas comunidades porque não recebem nelas o alimento da fé que nós temos obrigação de transmitir. Aí sim, precisamos retomar a preocupação do papa João XXIII e do Concílio sobre como expressar a fé de forma mais acessível, dialogável e amorosa, de forma que as pessoas de hoje que têm dificuldade de aceitá-la possam sim se colocar junto conosco na mesma busca.
O Concílio Vaticano II quis ser um concilio pastoral e, neste sentido, transformou o modo de falarmos de Deus. Todos os seus 16 documentos e os diversos pronunciamentos dos papas durante o Concílio sempre frisaram Deus como pai amoroso e que só pode amar. Sem negar o pecado, nem a culpa, entretanto salientaram a dimensão gratuita da bênção divina, a universalidade da salvação e a proximidade de Deus na nossa vida. No areópago de Atenas, quando justamente tentava transmitir a fé que vinha do judaísmo para os de cultura grega, Paulo pregou um Deus que não está distante de nós, “pois nEle vivemos, nos movemos e existimos” (At 17, 28).
Desejo que todas as pessoas que participaram das celebrações da Quaresma e Páscoa em nossas paróquias possam ficar com essa convicção de um Deus que está conosco e em nós como força de amor que nos abre a uma vida mais solidária e mais feliz, mesmo no meio das lutas da vida. No século IV, São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, dizia: “O Cristo ressuscitado vem fazer de nossas vidas, mesmo no meio das lutas e das dores do dia a dia, uma festa contínua”. É assim que desejo a todos/as uma feliz e renovadora Páscoa.
Dom Antônio Fernando Saburido, OSB
Arcebispo de Olinda e Recife
Arcebispo de Olinda e Recife