Em seu significado mais específico, evangélico e eclesial, vocação é o chamado que Jesus ressuscitado faz a determinadas pessoas, propondo-lhes algum “estilo diferente de vida e/ou missão a ser realizada”. Foi o que ocorreu com os doze apóstolos. Jesus ressuscitado continua chamando.
Seria muito bom que todos os batizados e batizadas se percebessem como pessoas que foram chamadas pelo Pai(Jo 6, 44), escolhidas pelo Filho(Jo 15, 16) e enviadas pelo Espírito em missão (At 13, 1 – 3). Tal consciência vocacional deverá levar, de forma definitiva, à superação da falsa idéia de que “ter vocação” é privilégio apenas dos padres e das freiras.
Em nossos dias, na Igreja, toma-se cada vez mais consciência de um chamado para uma diversidade cada vez maior de ministérios, pastorais e serviços a serem prestados nas comunidades católicas. Este chamado pode ser para o exercício dos ministérios leigos como: do Batismo, do Matrimônio, da Eucaristia, da Esperança, etc. Outros se sentem chamados aos diversos trabalhos de evangelização querigmática ou de catequese. Outros, para as mais diversas pastorais. À medida que os leigos estão assumindo seu lugar específico na Igreja e a hierarquia abandona o habitual clericalismo e abre espaço para eles, estes ministérios, pastorais e serviços passam a ser dinamizados por pessoas mais conscientes, mais bem preparadas e, principalmente, por pessoas que assumem “não por serem ‘chamadas’ pelo padre”, ou “porque têm vontade de fazer alguma coisa”, mas porque descobriram em seu coração o chamado de Jesus. Portanto, assumem a sua missão ‘por vocação’, por causa do chamado do Mestre.
Quando alguém caminha em sua vida com o coração aberto para Deus e para o amor dos irmãos, algum dia poderá sentir uma misteriosa voz interior, chamando, convidando para alguma missão.
Quando esse coração der ouvido à voz que chama, prestar atenção ao convite, der uma resposta positiva e se empenhar para cumprir a missão recebida, encontrará muito mais sentido em seu viver, descobrirá a alegria e a grandeza de poder servir a Deus na pessoa dos irmãos, fará um grande bem a muita gente, será uma benção para a comunidade e, ele mesmo, perceberá o valor maior de sua vida, feita ‘dom’ para os irmãos.
Por isso convidamos a todos para que rezem pelas vocações. Para que haja mais sacerdotes, mais religiosos, mais leigos comprometidos com nossa Igreja Povo de Deus.
Agosto é o mês vocacional. Vale a pena recordar o que celebramos neste mês:
1º Domingo: motivado pela festa de São João Maria Vianney, o Cura d'Ars, no dia 04, dia do padre;
2º Domingo: celebra-se, no país, o dia dos pais: destaque à vocação familiar, chamados a ser pai, mãe, gerar a vida;
3º Domingo: comemora-se o dia dos religiosos: destaque à vida consagrada, irmãos, irmãs, clero religioso;
4º Domingo (quando há só 4 domingos): é o dia do catequista: destaca-se a relação da vocação com a missão de anunciar a Palavra de Deus, formar o povo de sacerdotes;
5º Domingo (quando há 5 domingos): é o dia dos ministérios leigos: destaca-se a disponibilidade para o serviço à comunidade, ao Povo de Deus; aí o dia do catequista passa para o 5º domingo (é sempre o último domingo do mês de agosto).