A ASSUNÇÃO DE MARIA E NOSSA ESPERANÇA NA RESSURREIÇÃO

Neste terceiro domingo do mês de agosto, em que celebramos a Assunção de Nossa Senhora ao céu, celebramos também a vocação à vida religiosa. Pessoas chamadas por Deus para formar uma comunidade de fé, seguindo os princípios do evangelho e o carisma de um(a) fundador(a). As leituras deste domingo iluminam o papel de Maria na história da salvação e o dogma de fé na assunção de Maria.

Qual o significado da assunção para os cristãos católicos?

Por que a Igreja transformou em dogma de fé a tradição popular e apócrifa sobre a assunção de Maria?

É nos evangelhos apócrifos que encontramos a tradição sobre a assunção de Maria. Três anos antes de morrer, ela recebeu de Jesus o anúncio de sua morte, no monte das Oliveiras. Em sua casa, em Jerusalém, ela dormiu – daí, a tradição da Dormição de Maria. Jesus veio ao seu encontro nesse momento. Ele pede aos apóstolos que preparem o corpo e o levem até um lugar indicado por ele, no vale de Josafá. Quando ali chegam, eles depositam o corpo de Maria e se sentam à porta do sepulcro. Jesus aparece rodeado de anjos, saúda-os com o desejo de paz, reafirma a escolha de Maria para que dela ele pudesse nascer e pede aos anjos que levem a sua alma para o céu. Jesus ressuscita o seu corpo. Quando o corpo chega ao céu, Jesus coloca a alma novamente no corpo glorioso e a coroa como rainha do céu (cf. a tradição apócrifa sobre Maria, agrupada com base em 15 evangelhos apócrifos, em nosso livro História de Maria, mãe e apóstola de seu Filho, nos evangelhos apócrifos - 2006b).

A Dormição de Maria nasce da fé em que Maria não morreu, mas dormiu. E, por ter sido levada ao céu, assunta, nasceu a terminologia Assunção, usada a partir do século VIII. Essa festa começou a ser celebrada liturgicamente na Igreja do Oriente, no século VI, isto é, entre os anos 600 e 700, propriamente no dia 15 de agosto, a mando do imperador Maurício. A Roma, a festa chegou no século VII.

O dogma da Assunção de Maria, diferentemente da maioria dos dogmas da Igreja Católica, foi proclamado recentemente, em 1950, pelo papa Pio XII, com a bula Munificentissimus Deus. O texto diz o seguinte: “Definimos ser dogma divinamente revelado: que a imaculada mãe de Deus, sempre virgem Maria, cumprindo o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”.

Mesmo que não esteja dito expressamente no dogma, a Assunção de Maria é o mais apócrifo dos dogmas. Para a fé, acreditar que Maria foi assunta ao céu de corpo e alma significa crer, como afirma Afonso Murad, que “Maria não precisou esperar o fim dos tempos para receber um corpo glorificado.

Depois de sua vida terrena, ela já está junto de Deus com o corpo transformado, cheio de graça e de luz. Deus antecipou nela o que vai dar a todas as pessoas de bem, no final dos tempos” (cf. citado por Faria, 2006b, p.181).

Fonte: Revista Vida Pastoral

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