Uma catequese orante e solidária
“O cristão de amanhã ou será um místico, ou não será cristão.” Assim o teólogo alemão Karl Rahner vislumbrava a vivência cristã no terceiro milênio. A catequese, hoje assume esse grande desafio: conduzir a pessoa ao mistério de Deus, à sua experiência, mais do que isso, à “intimidade com Ele”. Proporcionar ao catequizando os caminhos que levam ao encontro pessoal com Jesus, uma mensagem que cale fundo ao seu coração, que desperte a atração, para que Cristo seja o Senhor de sua vida. O desafio é dar esse passo além: de uma catequese meramente orientada à preparação para os sacramentos, para uma catequese “mistagógica”, que realmente introduza no mistério de Cristo e na vida da Igreja, e que se torne um processo permanente na vida da pessoa, como caminho de fé, sempre a percorrer, na companhia e busca do Senhor, no desejo de uma vida sempre mais orante, vivida em comunhão com Deus.
Deus fala ao coração através de sinais, palavras e gestos que marcam para sempre a vida de quem tem fé. Depois que alguém se sente tocado pela mão de Deus, nunca mais deixa de sentir a presença do Mistério em sua vida. A fé é a resposta de quem ouviu a voz Dele, de quem escutou Seu nome sendo pronunciado. A fé é o passo de quem ouve o convite e abre a porta de sua vida para que Ele entre, para que haja intimidade. Crer é confiar, é dar o coração ao mistério de Deus, entregar-se em suas mãos, confiar que n’Ele tudo encontra sentido.
Os catequizandos, iniciados na vida da comunidade-igreja, têm a missão de evangelizar a sociedade, a partir do lugar em que vivem, fazendo atuar ali os valores do Evangelho, construindo laços de solidariedade e fraternidade entre todos, num espírito eclesial de comunhão e participação.
Pe. Leomar Brustolin