Este é o décimo volume da série “Visão global”, que faz
parte da coleção “Bíblia em comunidade”. O título “O eterno entra na história”
sintetiza seu conteúdo. Trata-se de uma visão ampla e, ao mesmo tempo,
detalhada de como vivia o povo da Bíblia
na época de Jesus. Pode-se ver que a vida política, cultural, econômica,
religiosa e social não tinha grandes diferenças em relação à de outros povos de
ontem e de hoje. Ao nascer na terra de Israel, o Filho de Deus entra na história
do povo judeu e na de todos os povos.
O livro está organizado em seis blocos temáticos, cada um
com um roteiro de reflexão e estudo compartilhados.
O “eterno entra na história” apresenta o contexto histórico
no qual Jesus nasceu, a expectativa do Messias, a situação econômica,
político-social e religiosa, a fé vivida no cotidiano da comunidade e a vida em
família. Nada temos sobre Jesus, a não ser os escritos bíblicos e alguns
testemunhos extra bíblicos que surgiram depois de sua morte. A intenção do livro
é mostrar a realidade na qual Jesus se inseriu ao nascer.
A capa do livro apresenta uma mãe com o bebê no colo,
representando Maria e Jesus, uma mulher e uma criança como as demais, que se
tornaram conhecidas na Judeia e Galiléia. Após sua morte, Maria tornou-se
conhecida no mundo pela ação missionária dos primeiros cristãos, sobretudo de
São Paulo, o apóstolo.
O tema do estudo inicial é sobre Antônio Conselheiro, que
representou as esperanças dos mais pobres e excluídos do sertão nordestino,
numa situação semelhante ao povo de Israel. Deus não abandona o seu povo. Em
todos os tempos e contextos suscita os seus profetas, que, em nome dele,
continuam a missão de animar e fazer surgir a esperança de dias melhores.
Jesus, porém, é mais do que profeta para nós cristãos. Ele é o Messias
Salvador, mesmo que em tudo fosse igual a nós, menos no pecado, como afirma São
Paulo.
Sabemos muito pouco sobre a infância de Jesus. Como em todas
as famílias de tradição judaica, ele recebeu sua formação humana e religiosa
com Maria, José, em família, na comunidade. Com os pais frequentou a sinagoga,
ouvia as escrituras e as conhecia. Os Evangelhos não nos falam que tenha ido a
alguma escola rabínica do seu tempo, mas nos relatam que frequentava a sinagoga
e o Templo. Era um jovem atento e observador da realidade, conhecia o
sofrimento dos pobres, a luta do povo. Tudo isso, sem dúvida, contribuiu em seu
compromisso com o povo e com Deus, muito consciente da sua missão.
O quinto tema merece um destaque especial: A fé no cotidiano
da comunidade, que apresenta o culto que era e ainda hoje é celebrado na
sinagoga judaica, com duas grandes parte: a litúrgica e a didática; em seguida,
vêm as festas judaicas como a Páscoa, que está na origem da Páscoa cristã.
Neste tema, encontramos também o gráfico do calendário judaico e cristão, que
nos oferece uma compreensão global das festas, sua origem, estações diversas,
por estarmos em diferentes hemisférios.
Jesus não deixou nada escrito que possa nos ajudar em nosso
estudo. Tudo o que sabemos nos vem das comunidades dos evangelhos e alguns
dados da tradição cristã. Por isso nos fundamentos da fé de nossos antepassados
e na nossa própria fé, na promessa de Deus e no cumprimento da mesma, através
do Filho, Jesus de Nazaré, que após sofrer a paixão e morte na cruz, Deus o
ressuscitou dos mortos. Seus discípulos(as) deram testemunho de tudo isso com
suas próprias vidas.
Fontes:
O eterno entra na
história – SAB
O Estudo da Bíblia em
Dinâmicas – Maria Aparecida Duque Romi Auth, fsp