(Esta mensagem recebi por email)
Eis o artigo.
Assistimos a uma verdadeira invasão da falácia mitológica de “papai noel”. Ela não é casual. Este mito atua como ponta do Iceberg da subjetivação consumista dominante por todos os lados do planeta. Nesse frenesi do consumo, o nascimento de Jesus, Natal, aparece como um obstáculo para a lógica capitalista do lucro comercial. O espírito do menino Jesus nascendo pobre, numa opção pelos pobres, mostrando a liberdade através do desprendimento, representa tudo o contrário da ideologia consumista do capitalismo. Por este motivo, a estratégia que, ano após ano, se monta em escala global, é silenciar ao “menino Jesus” para mostrar um outro símbolo mais próximo do consumo: papai noel.
Há uma rivalidade silenciosa, mas fortemente travada, entre o sentido do natal de Jesus e o simbolismo do papai noel. A realidade é que a onipresença comercial de papai noel nas lojas, centros comerciais, propagandas e comerciais de TVE, radio, imprensa, etc., anula a presença do Jesus menino. Cada vez resulta mais difícil entender que o natal que celebramos não é o de papai noel, senão o de Jesus.
A genealogia do nascimento de cada um destes personagens revela o verdadeiro objetivo de sua presença histórica. O nascimento do menino Jesus, pobre numa estrebaria, silencioso numa aldeia longínqua, revela que o essencial da vida humana não está no possuir nem no consumir, mas no ser e na acolhida do Outro.
E o nascimento de papai noel? Conhecer a seu verdadeiro nascimento, ajuda a tirar as máscaras religiosas ou moralistas que tentam justificar e ocultar seu papel de “boneco propaganda”.
O papai noel que nós temos aí, espalhado pelo mundo tudo como símbolo e exemplo do consumismo capitalista em grande escala, ao contrário do que nos querem fazer acreditar, não tem nada a ver com os diversos personagens históricos que, de uma ou de outra forma, e em várias culturas, davam presentes como símbolo de agradecimento ou generosidade. O papai noel das vitrines e comerciais não tem nenhuma relação original com, por exemplo, São Nicolau, bispo cristão do século II, nem com a tradição francesa do “pere noel’, nem com Santa Claus, entre outras. Nenhum destes personagens históricos está relacionado com a origem do “papai noel” comercial atual. Todos esses personagens eram lembrados ou celebrados em outras datas diferentes do Natal de Jesus, nenhum deles tinha relação direta com o Natal nem com dar presentes em Natal.
A verdade é que o “papai noel” das vitrines, o velinho de cores vermelhas e brancas foi produzido, tal qual o conhecemos, por um desenhista da coca-cola, Thomas Nast, o ano de 1931. Segundo o desenho 1 abaixo.
A coca-cola sentia necessidade de impulsionar o
consumo de sua bebida numa época de inverso de baixo consumo. Com este
objetivo, a empresa lançou uma campanha para criar ideias a respeito. O
cartunista Thomas Nast
retomou uma vaga ideia tradicional de um velhinho que entregava
presentes, e criou o boneco propaganda que conhecemos, com os símbolos
do consumo dessa bebida. O personagem é totalmente inventado pela
cartunista, inclusive, inicialmente era fumante, algo que posteriormente
foi suprimido, pois é politicamente incorreto na atual conjuntura
crítica ao fumo.
Foi um outro cartunista da coca-cola, Haddon Sundblom, que na segunda metade do século XX, e a serviço de essa empresa, foi retocando a imagem do boneco propaganda, papai noel, até transformá-lo muito próximo das imagens que hoje circulam dele. As cores da coca-cola, vermelha e branca, continuam a ser os símbolos distintivos deste personagem, comercial por natureza e mercantilista por essência.
A explicação do surgimento de papai noel seguiu o
percurso inverso aquele que nos querem fazer acreditar. O boneco
propaganda de papai noel foi inventado, especificamente, para circular
como logotipo das campanhas comerciais de natal dessa companhia
comercial. O vínculo do boneco propaganda “papai noel” com o
natal de Jesus só está na intencionalidade estratégica da
comercialização capitalista da festa do natal. No lugar de utilizar
comercialmente o menino Jesus para incentivar a compra e consumo de
mercadorias, que provocaria uma reação contrária pela manipulação
descarada da fé cristã, inventaram este personagem que se dobra
docilmente aos interesses comerciais da incitação ao consumo.
O passo seguinte foi acontecendo segundo a lógica da sociedade de consumo em grande escala que vivemos. O boneco propaganda criado para uma finalidade concreta da companhia coca-cola, tomou uma dimensão muito maior da prevista ao obter um grande sucesso em diversas campanhas de natal. Por este motivo, todas as associações de comerciantes e as diversas empresas começaram a perceber o potencial propagandístico de vendas e consumo que o boneco de papai noel tinha. Alavancados pelo frenesi de vender e ganhar fazendo consumir, utilizaram o papai noel como marca numa escala mundial.
Posteriormente houve necessidade de recriar a origem do boneco propaganda, encobrindo a verdade mercantil de sua gênese com uma suposta ascendência histórica em algum ou vários personagens históricos. O papai noel comercial fica muito vulnerável se reduzido a mero boneco propaganda, pois mostra o lado, perverso, de incitação ao consumo que lhe caracteriza. Era necessário ocultar esta verdade com uma outra mentira, afirmando que ele é parte da tradição histórica religiosa ou cultural de várias sociedades. Para tanto, se tento relacioná-lo com São Nicolau, Santa Claus, e várias lendas ou outros personagens históricos que tinham valores humanos bonitos a serem preservados e divulgados. Essa tentativa de inventar uma falsa origem histórica de papai noel esconde o verdadeiro origem comercial deste boneco. A verdade é que na origem deste boneco está um interesse comercial. O vazio histórico do boneco mostra também o vazio existencial a que conduz seu uso estratégico como marca de consumo.
A genealogia do papai noel que temos entre nós mostra que ele nada mais é do que um logotipo comercial, utilizado em grande escala como símbolo dos novos tempos de um capitalismo consumista em expansão e impiedoso com os valores e a mensagem do Natal de Jesus. Ele representa a o espírito do capitalismo consumista.
Ambos personagens, Jesus e papai noel, são incompatíveis. O Natal de Jesus é um apelo a nos libertar do ter, sermos livres aprendendo a usar sem acumular. O logotipo do papai noel é um incentivo permanente a consumir para viver, fazendo da vida um consumo e do consumo uma forma de vida. O Natal de Jesus mostra que o essencial da vida se encontra naquilo que não se compra nem se pode vender. O essencial da vida tem é gratuidade, é Graça, de graça o recebemos e de graça temos que aprender a doá-lo. O papai noel é um incessante apelo a procurar no ter nosso modo de ser, e transferir para as mercadorias as expectativas de nossas vidas. Por isso o papai noel atua como um fetiche enganador, uma espécie de idolatria das mercadorias. Ele é um bom símbolo da idolatria do mercado. Onde o boneco de papai noel triunfa, o Natal de Jesus fica anulado.
Por outro lado, a simbologia cristã preservou tradicionalmente o Natal de Jesus
da dimensão consumista. Em muitas culturas e países, eram os três reis
magos que traziam os presentes para as crianças. A festa dos magos é o 6
de janeiro, deslocada do Natal, embora a ele
conectada. Os presentes dos magos para o menino Jesus serviam de símbolo
para as crianças manterem a expectativa, o sonho da imaginação e do
valor de um presente. Na figura dos magos, cada presente tem o valor
simbólico do que representa, não o valor consumista da possessão.
FELIZ NATAL DE JESUS !
(sem o papai noel)
"A genealogia do papai noel que temos entre nós mostra que ele nada mais é do que um logotipo comercial, utilizado em grande escala como símbolo dos novos tempos de um capitalismo consumista em expansão e impiedoso com os valores e a mensagem do Natal de Jesus. Ele representa a o espírito do capitalismo consumista", escreve Castor Bartolomé Ruiz, professor nos cursos de graduação e pós-graduação em Filosofia da Unisinos.
Eis o artigo.
Assistimos a uma verdadeira invasão da falácia mitológica de “papai noel”. Ela não é casual. Este mito atua como ponta do Iceberg da subjetivação consumista dominante por todos os lados do planeta. Nesse frenesi do consumo, o nascimento de Jesus, Natal, aparece como um obstáculo para a lógica capitalista do lucro comercial. O espírito do menino Jesus nascendo pobre, numa opção pelos pobres, mostrando a liberdade através do desprendimento, representa tudo o contrário da ideologia consumista do capitalismo. Por este motivo, a estratégia que, ano após ano, se monta em escala global, é silenciar ao “menino Jesus” para mostrar um outro símbolo mais próximo do consumo: papai noel.
Há uma rivalidade silenciosa, mas fortemente travada, entre o sentido do natal de Jesus e o simbolismo do papai noel. A realidade é que a onipresença comercial de papai noel nas lojas, centros comerciais, propagandas e comerciais de TVE, radio, imprensa, etc., anula a presença do Jesus menino. Cada vez resulta mais difícil entender que o natal que celebramos não é o de papai noel, senão o de Jesus.
A genealogia do nascimento de cada um destes personagens revela o verdadeiro objetivo de sua presença histórica. O nascimento do menino Jesus, pobre numa estrebaria, silencioso numa aldeia longínqua, revela que o essencial da vida humana não está no possuir nem no consumir, mas no ser e na acolhida do Outro.
E o nascimento de papai noel? Conhecer a seu verdadeiro nascimento, ajuda a tirar as máscaras religiosas ou moralistas que tentam justificar e ocultar seu papel de “boneco propaganda”.
O papai noel que nós temos aí, espalhado pelo mundo tudo como símbolo e exemplo do consumismo capitalista em grande escala, ao contrário do que nos querem fazer acreditar, não tem nada a ver com os diversos personagens históricos que, de uma ou de outra forma, e em várias culturas, davam presentes como símbolo de agradecimento ou generosidade. O papai noel das vitrines e comerciais não tem nenhuma relação original com, por exemplo, São Nicolau, bispo cristão do século II, nem com a tradição francesa do “pere noel’, nem com Santa Claus, entre outras. Nenhum destes personagens históricos está relacionado com a origem do “papai noel” comercial atual. Todos esses personagens eram lembrados ou celebrados em outras datas diferentes do Natal de Jesus, nenhum deles tinha relação direta com o Natal nem com dar presentes em Natal.
A verdade é que o “papai noel” das vitrines, o velinho de cores vermelhas e brancas foi produzido, tal qual o conhecemos, por um desenhista da coca-cola, Thomas Nast, o ano de 1931. Segundo o desenho 1 abaixo.
Foi um outro cartunista da coca-cola, Haddon Sundblom, que na segunda metade do século XX, e a serviço de essa empresa, foi retocando a imagem do boneco propaganda, papai noel, até transformá-lo muito próximo das imagens que hoje circulam dele. As cores da coca-cola, vermelha e branca, continuam a ser os símbolos distintivos deste personagem, comercial por natureza e mercantilista por essência.
O passo seguinte foi acontecendo segundo a lógica da sociedade de consumo em grande escala que vivemos. O boneco propaganda criado para uma finalidade concreta da companhia coca-cola, tomou uma dimensão muito maior da prevista ao obter um grande sucesso em diversas campanhas de natal. Por este motivo, todas as associações de comerciantes e as diversas empresas começaram a perceber o potencial propagandístico de vendas e consumo que o boneco de papai noel tinha. Alavancados pelo frenesi de vender e ganhar fazendo consumir, utilizaram o papai noel como marca numa escala mundial.
Posteriormente houve necessidade de recriar a origem do boneco propaganda, encobrindo a verdade mercantil de sua gênese com uma suposta ascendência histórica em algum ou vários personagens históricos. O papai noel comercial fica muito vulnerável se reduzido a mero boneco propaganda, pois mostra o lado, perverso, de incitação ao consumo que lhe caracteriza. Era necessário ocultar esta verdade com uma outra mentira, afirmando que ele é parte da tradição histórica religiosa ou cultural de várias sociedades. Para tanto, se tento relacioná-lo com São Nicolau, Santa Claus, e várias lendas ou outros personagens históricos que tinham valores humanos bonitos a serem preservados e divulgados. Essa tentativa de inventar uma falsa origem histórica de papai noel esconde o verdadeiro origem comercial deste boneco. A verdade é que na origem deste boneco está um interesse comercial. O vazio histórico do boneco mostra também o vazio existencial a que conduz seu uso estratégico como marca de consumo.
A genealogia do papai noel que temos entre nós mostra que ele nada mais é do que um logotipo comercial, utilizado em grande escala como símbolo dos novos tempos de um capitalismo consumista em expansão e impiedoso com os valores e a mensagem do Natal de Jesus. Ele representa a o espírito do capitalismo consumista.
Ambos personagens, Jesus e papai noel, são incompatíveis. O Natal de Jesus é um apelo a nos libertar do ter, sermos livres aprendendo a usar sem acumular. O logotipo do papai noel é um incentivo permanente a consumir para viver, fazendo da vida um consumo e do consumo uma forma de vida. O Natal de Jesus mostra que o essencial da vida se encontra naquilo que não se compra nem se pode vender. O essencial da vida tem é gratuidade, é Graça, de graça o recebemos e de graça temos que aprender a doá-lo. O papai noel é um incessante apelo a procurar no ter nosso modo de ser, e transferir para as mercadorias as expectativas de nossas vidas. Por isso o papai noel atua como um fetiche enganador, uma espécie de idolatria das mercadorias. Ele é um bom símbolo da idolatria do mercado. Onde o boneco de papai noel triunfa, o Natal de Jesus fica anulado.
(sem o papai noel)