O Demônio é o grande inimigo do homem. “É o inimigo número um”, dizia Papa Paulo VI.
Satanás parece nos inícios do gênero humano, apresenta-se desde o início um
homicida, mentiroso e pai da mentira “Consegue fazer cair os nossos
antepassados Adão e Eva e se torna o príncipe deste mundo (2 Cor 4,4), acusador
dos nossos irmãos (Ap 12,10). Com o pecado original, todo o mundo jaz sob o maligno
(I Jo 5,19) e os demônios são dominadores deste mundo tenebroso (Ef 6,12). Como
aparecem tenebrosos os primeiros acontecimentos à Humanidade Nova por causa
deste infernal assassino que possui o império das trevas (Lc 22,53). Pe. Pio
escreveu em uma carta ao seu Diretor espiritual contando que ele viu a figura
monstruosa de Satanás em seus sonhos. Era um ser horrível e gigante, alto como
uma negra montanha. S. Pedro nos apresenta como a imagem de um leão que ruge
sempre pronto a devorar-nos (I Pd 5, 8-9). Como o tortura a inveja, porque nós
podemos nos salvar. Ele nos quer todos no Inferno.
A aurora que surge
Uma cena estupenda nos aparece no início da humanidade
dominada por Satanás e oprimida pelo pecado. Uma mulher sublime, com o seu
Filho, “amassa a cabeça da serpente” (Gn 3,15). A Imaculada, vencedora de
Satanás, brilhante nas trevas do pecado, com o seu Divino Filho, é a desafeta
de Satanás. Em Gênesis, Deus apresenta a Imaculada semelhante a aurora que se
eleva maravilhosa sobre a noite da humanidade pecadora. Em Cântico dos
cânticos, o autor inspirado exclama: “Quem é aquela que avança como aurora,
bela como a lua, eleita como o sol, tremenda como exército formado?” (6,9). É a
Imaculada, Guerreira invencível, Senhora das vitórias, Terror dos demônios.
Santa Bernadette nos narra em Lourdes que viu ao lado da gruta uma turma de
demônios que berravam gritos infernais. Assustada, a santa olhou a Imaculada;
bastou um olhar severo de Maria para eles e fugiram. Assim o demônio, em frente
à Imaculada, demonstra o que significa seu nome (Belzebu): deus das moscas.
Tentadores em luvas amarelas
A tática do diabo é alegrar os sentidos e a imaginação do
homem para perder o seu espírito. Se apresenta como um conselheiro e um
servidor em luvas amarelas, com ofertas de bens e prazeres sedutores a ganhar.
Fez isso com Eva (Gn 3, 1-7) com Jesus (Mt 4, 1-11) e com os santos de todos os
tempos: S. Bento, S. Francisco de Assis, S. Teresa D’Ávila, S. Cura d’Ars, S.
João Dom Bosco, S. Pe Pio… Hábil e na defensiva, o demônio sabe servir-se de tudo
para nos arruinar: a imodéstia de Davi (2 Sm 11, 2-26), a gula de Esaú ( Gn 25,
29-34) o apego às riquezas de Ananias e Safira (At 5, 1-10). Ele tenta até
propor coisas aparentemente úteis para as almas. Sabe-se que Cura d’Ars pregava
de maneira simples, fecunda de graças para as almas. Cheio de premuras, o diabo
foi a ele exortando-o a pregar de modo difícil, assegurando-lhe a fama de
grande pregador. O santo adviu o engano, recusou-se e continuou com seus
sermões simples e eficazes. Pagou com muitos despeitos furiosos que o demônio
lhe fez dia e noite.
Quatro estúpidos
Satanás tem uma obra-prima: convencer os homens que ele não
existe. Conquistando isso, trata os homens como bonecos. Pe. Pio escutou um
sermão onde o orador nada fazia mais que perguntar-se sobre a existência do
diabo. No final o orador concluiu que ele existe. Passado o sermão, Pe. Pio
advertiu-o dizendo-lhe que ao se falar do demônio, deve ser preciso em afirmar
sua existência e sua ação nefasta no mundo. Ao final, acrescenta-se a existência
dos “Quatro estúpidos” que ousam negar a existência do diabo. Hoje são mais que
quatro, e há até na Igreja, infelizmente. Tanto é verdade que Paulo VI teve que
intervir expressamente em um discurso (15/11/1972) para confirmar a verdade da
fé sobre a existência de Satanás como pessoa e constatou amargamente como a
“fumaça do diabo” está fumegando na Igreja. A uma de suas filhas espirituais,
Pe Pio disse: ”Se se pudesse ver a olhos nus quantos demônios invadiram a
Terra, não mais veríamos o Sol”. Contra estes apóstatas, qual não deve ser
nossa defesa?
Vigiai e rezai
Jesus nos preveniu contra as insídias do diabo. Ele nos
ensinou no Pai-Nosso: ”Não nos deixeis cair em tentação” (Mc 14,38). A guarda e
a oração são as duas maiores forças do homem contra o demônio. Façamos nossa a
recomendação de Pe. Pio: “Filho, o inimigo não dorme! Esteja alerta com a
guarda e a oração. Com a 1ª avistaremos; com a 2ª teremos arma para nos
defender”. A guarda nos faz avistar as ocasiões perigosas (uma leitura, um
espetáculo, uma pessoa, um lugar, uma vontade…). A oração nos dá força de
evitar os perigos, de fugir às ocasiões como recomendava S. Felipe Néri. S.
Agostinho ensina que o demônio é só um cão amarrado, e só pode morder quem dele
se aproxima. Ao largo, então! Se o demônio se faz insolente, escutemos a
palavra de S. João Bosco que dizia aos seus jovens: “Quebrai os cornos do
demônio com a Confissão e a Comunhão”.
Amasse-lhe a cabeça
São Maximiliano escreveu qurezaie “a serpente levanta a
cabeça em todo o mundo, mas a Imaculada lhe pisa em vitórias grandiosas”. Para
abater o demônio de modo mais humilhante, precisamos recorrer à Imaculada. O
demônio tem pavor d’Ela que sozinha é terrível como um exército formado (Ct
6,9). Quando S. Verônica Giuliani era atacada fisicamente pelo demônio, ao
conseguir invocar Nsa. Sra., o demônio fugia precipitadamente, gritando: “Não
invoque minha inimiga!” A oração Mariana mais forte contra o demônio é o
Rosário. Uma vez lhe perguntaram durante um exorcismo, qual oração ele mais
temia. Respondeu: “O Rosário é o meu flagelo”. Se os cristãos levassem consigo
e usassem amiúde este flagelo dos demônios, quantas ruínas, desventuras e
pecados a menos sobre a Terra…
Votos
– Levar consigo o Rosário e recitá-lo na tentação;
– Oferecer hoje uma mortificação contra a gula;
– Ler e meditar a página do Evangelho sobre as tentações de Jesus no deserto. (Mt 4,1-11)