Porque somos pecadores e continuamos a pecar, por isso é
necessária a reparação para pagar as culpas. É Justiça: repara-se o mal feito.
“Todo pecado, grande ou pequeno, não pode ficar impune; ou é punido pelo homem
que faz Penitência ou no último Juízo pelo Senhor”. (S. Agostinho).
Podemos
aqui lembrar alguns grandes pecadores convertidos e que ficaram santos: S.
Maria Madalena, S. Agostinho, S. Margarida de Cortona, S. Inácio de Loyola, S.
Camilo de Lélis… Eles nos demonstraram que com a Penitência repara-se e
recupera-se tudo, até a santidade mais alta e dão razão a S. Cipriano que
exclama: “Ó penitência! Tudo o que estava amarrado, o desamarraste, o que
estava fechado, o abriste”. A penitência livra das correntes das dívidas
contraías pelos pecados e abre as arcas das graças mais eleitas.
Penitência e Amor.
Quando S. Domingos Sávio estava gravemente doente, foi um
dia submetido a uma sangria. Antes de iniciar, o médico disse-lhe: “Olha para o
outro lado, Domingos, assim não verás escorrer o teu Sangue”. “Ah, não –
respondeu – furaram as mãos e os pés de Jesus com grandes pregos sobre a Cruz e
Ele não disse nada…” Domingos sofreu sem um gemido os dez pequenos cortes que
lhe fizeram. Eis a lei do amor: quando se ama de verdade uma pessoa, se quer
com ela condividir todos os sofrimentos. Não se pode renunciar! Quem ama Jesus
e conhece sua vida de humildade e sacrifício, culminada na cruel Crucificação e
Morte, não pode deixar de desejar a participação em toda aquela dor desejada pelo
amor. A intensidade desta participação às vezes manifestou-se até de modo
prodigioso e sangrento.
Pensemos em S. Francisco de Assis, S. Verônica
Giuliani, S. Gema Galgani, Pe. Pio… Mas em todos os santos a Penitência mais
dolorosa foi uma exigência do amor. Eles chegavam ao ponto de não desejar nada
além de sofrer. Recordemos alguns exemplos: S. Francisco Xavier, embora
oprimido por dores muito fortes, rezava com transporte, dizendo: “Ainda,
Senhor, ainda mais.” E à ilha onde sofreu as mais graves tribulações, quis pôr
o nome de Ilha das Consolações. S. Teresa de Jesus também é célebre pelo seu
grito: “Ou sofrer ou morrer”. S. João da Cruz a Jesus que lhe perguntava o que
queria, respondeu: “Sofrer e ser desprezado por Ti”. S. Gabriel de Nossa
Senhora das Dores dizia que o seu Paraíso eram as dores de Maria. S.
Maximiliano chamava “balinhas de caramelo” as cruzes e as tribulações. Pe. Pio
dizia que suas tremendas dores eram “as alegriazinhas do esposo”. Assim
raciocina quem ama.
Fazer o próprio dever.
A primeira e mais importante Penitência do cristão é aquela
de cumprir fielmente e perfeitamente os próprios deveres cotidianos. Fazer
outras penitências omitindo estas significa fazer o secundário, ignorando o
principal.
Em 1º lugar, lembremo-nos bem: 1º o cumprimento dos deveres. Se é
assim a substância da nossa vida de penitência é segura. S. José Cafasso
conduzia uma vida de Penitência escondida aos olhos dos demais. Dos depoimentos
do processo de beatificação, sabemos que a mulher que lavava a roupa manchada
de sangue, tinha-se dado conta disso. “Por que as camisas estão sempre sujas de
sangue? – perguntou – O senhor tem algum ferimento?” O santo quis ficar calado,
mas respondeu bruscamente: “Vós sois como uma mãe, por isso, vos direi tudo,
mas não o deveis contar a ninguém. Deveis saber que nós, padres, usamos uma
cintura com pontas chamado cilício. Eis porque achais as manchas.”
“Mas deve doer muito, meu pobre filho”! Exclamou a mulher. “Sim, dói, mas precisamos descontar nossos pecados, não?” “O que está dizendo? – retrucou – Se o senhor precisa fazer penitência, o que devemos fazer?” “Vós trabalhais duro – respondeu o santo – e trabalhar o dia todo já é uma bela penitência”.
“Mas deve doer muito, meu pobre filho”! Exclamou a mulher. “Sim, dói, mas precisamos descontar nossos pecados, não?” “O que está dizendo? – retrucou – Se o senhor precisa fazer penitência, o que devemos fazer?” “Vós trabalhais duro – respondeu o santo – e trabalhar o dia todo já é uma bela penitência”.
Penitência pelos pecadores
O lamento de Nossa Senhora de Fátima deveria nos comover:
“Muitas almas vão para o Inferno porque não tem quem se sacrifique por elas.”
Jacinta, a florzinha de Maria, foi a quem maiormente tocaram aquelas palavras
da Bela Senhora. Ela quis ser vítima inocente e sofrer pelos pecadores foi sua
paixão dolorosa até a morte. Atingida pela gripe espanhola e por uma pneumonia
purulenta, com infecção progressiva, transportada ao Hospital, longe de casa,
submetida a uma operação para a remoção de suas costelas, sem anestesia. Pobre
menina! Mas foi heroicamente corajosa e não perdeu nenhuma ocasião de
sacrifício pelos pecadores: cama, dores ardentes… O seu Celeste conforto era a
assistência materna de Nossa Senhora. Morreu consumada pela febre e pelas
dores, sozinha sobre o Coração da Imaculada, vinda do céu para apanhar a
inocente vítima pelos pecadores. Que exemplo de heroica penitência.
Votos
– Meditar a paixão e morte de Jesus (Mt 26 e 27);
– Oferecer todos os sacrifícios a Nossa Senhora das Dores;
– Recitar os mistérios dolorosos do Rosário.