A Igreja teve que combater sempre contra erros e desvios,
pois não existiu período da sua história em que não tenha sido perturbada pelos
assaltos de quem a queria arrastar na desordem doutrinal e moral. Satanás, o
grande inimigo, é o hábil manobrador de uma rede de armadilhas que tende a
difundir a verdade, trazendo confusão e trevas.
Jesus disse expressamente ao
seu vigário, S. Pedro: “Simão, Simão. Satanás pediu que lhe fosse entregue para
vos peneirar como o milho” (Lc 22,31). E Satanás fez o seu pérfido ingresso de
um ano na Igreja e no mundo, provocando erros e desvios, contradizendo para
trazer bagunça e confusão. De fato, até hoje nos encontramos em um clima de ar
quente pelos novos erros e desvios que estão dilacerando a humanidade e fazem
gemer a Igreja. Nossa Senhora o predisse em Fátima quando exortou com
insistência a acolher sua mensagem de Oração e Penitência, senão o comunismo
teria “difundido os seus erros no mundo”. A humanidade é dilacerada pelo
comunismo e pela maçonaria, que fazem avançar terrivelmente o materialismo ateu
e o laicismo dessacralizador de todo o valor religioso. A Igreja geme sob o
enfurecer de temporais devastadores, seja na doutrina, moral, formativo. Os
“tufões das cristologias”, como disse Paulo VI, abateu-se junto àqueles das
antropologias, dos pluralismos, dos ecumenismos, das propostas para uma nova
moral, das diversas teologias variamente denominadas: de morte de Deus, da
esperança, da libertação, neopositivista, anti-religiosa, escatológica,
política… Que Babel tenebrosa!
Na hora das trevas
Consequências? Incertezas para as verdades atacadas ou
negadas: A Santíssima Trindade, A Divindade de Jesus, a Encarnação do Verbo, a
Concepção Virginal de Jesus e a Virgindade de Maria, a Ressurreição de Cristo,
o sacrifício da Santa Missa, a presença real de Jesus na Eucaristia, a
existência do Diabo e do Inferno, do Purgatório e do Limbo, a necessidade do
Batismo, a imortalidade da alma, a infalibilidade Papal… Incertezas na moral:
pecado mortal inexistente para os que não se resguardam de atos impuros, desejos
carnais, leituras imundas relações pré-matrimoniais e extra-conjugais, pílulas
anticoncepcionais, divórcios, homossexualidade, eutanásia e aborto.
Blasfêmias:
Confissão a eliminar, Comunhão em pecado mortal, nenhuma obrigação às Santas
Missas festivas, liturgia a gosto pessoal, fim do Rosário. Incerteza na vida da
Igreja: destruída a Ação Católica, fechados muitíssimos seminários, perdas
enormes de vocações sacerdotais e religiosas, Padres, Freiras e Frades que
renegam a Consagração a Deus, Ordens religiosas em declínio, rebelião aberta ao
Papa, formação de grupos extremistas, quase total falta de conversões,
profanação de Igrejas e Altares… Tinha razão Pe. Pio, que ao fim da sua vida,
exortava a rezar esta jaculatória: “Ó, Jesus, salva os eleitos na hora das
trevas”.
Sempre com a Igreja
“Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre. Não vos deixai
desviar por doutrinas diversas e estranhas.” (Hb 13,8) No meio das
“tempestades” dos erros que circulam como veneno no sangue, fiquemos bem unidos
à Igreja, “coluna e fundamento da Verdade” (I Tm 3,15); fiquemos bem unidos ao
Vigário de Cristo, único “infalível na fé” (Lc 22,32); fiquemos bem amarrados
aos Doutores e Santos da Igreja, que nos ensinam o “caminho certo pelo qual
poderemos chegar à perfeita união com Cristo, isto é, a santidade” (Lumen
Gentium, n.50) Esta, só esta é a Igreja, nossa Mãe. Só esta é a defesa certa
dos erros e perigos. E a Igreja falou até hoje contra todos os erros da hora
presente.
O Papa ou as Congregações da Santa Sé rebateram os erros e
defendeu as sacrossantas verdades da nossa fé evangélica. Nada mudou nem
mudará, porque a verdade do Senhor dura para sempre. (cf. Sl 116,2) A heresia é
sempre uma novidade, porque é a corrupção da verdade. S. Cipriano compara a
heresia a um ramo cortado da planta: é condenado a morrer. Ou ainda é
semelhante a um rio separado da fonte: secará em pouco tempo na terra árida.
Nós queremos estar com a Igreja!
O maior despropósito
Pe. Pio encontrou alguns operários que trabalhavam no
convento, e lhe informaram que eles eram comunistas, mas católicos. Respondeu,
zangado: “Comunistas católicos! Pode-se dizer uma besteira dessas?”
Infelizmente este enorme despropósito é a bandeira de muitos comunistas e
muitos católicos. Creem de por juntas as duas coisas sem se darem conta que se
excluem reciprocamente. O verdadeiro e sincero comunista é ateu, deve ser e não
pode não sê-lo, pois o contrário seria desonestidade e traição ao comunismo. O
Verdadeiro católico deve ser crente e não pode deixar de sê-lo, renegando o
ateísmo e toda a doutrina que não seja a de Cristo. Evidentemente estes irmãos,
que nem se dão conta de serem verdadeiros traidores, têm o espírito cego (cf.
Mc 6,52). Quanto é triste isto, se se pensa às riquezas infinitas de verdades e
de amor que o Evangelho nos oferece para todos os nossos problemas. Que
necessidade poderá ter um Católico de recorrer a quem crê cegamente só em uma
miserável coisa: a matéria?
Vencedora das heresias
De frente ao espetáculo desolador dos erros e desvios que
estão dilacerando a humanidade, nós, católicos, não devemos perder a coragem,
pois temos a Vencedora de Satanás e de todos os erros: a Imaculada, Aquela que
pisa a cabeça da serpente infernal (cf. Gên 2). Uma velha antífona da Igreja
cantava assim: “Tu só, Bendita Virgem, abateste todas as heresias do mundo
inteiro”. Tudo está em que nós amamos Maria, rogamos a ela e a imitamos com
generosidade. Ela nos protegerá e nos livrará dos perigos. Digamos com a filial
confiança de S. Felipe Néri: “Maria Santa, põe-me a mão na cabeça, senão fico
herético e comunista.” Entreguemo-nos ao Seu Coração Imaculado, porque ele
triunfará! Defendamos Maria dos ataques inimigos que hoje lhe nega não só o
devido culto, mas o devido reconhecimento das maravilhas que Deus nela operou
(cf. Lc 1,49) com a Perpétua Virgindade da Alma e do Corpo, com o parto
Virginal de Jesus que “não só não diminuiu, mas consagrou a integridade
virginal da Sua Santíssima Mãe” (da Liturgia). Hoje é fácil sentir sombras
sobre a Imaculada Conceição e Assunção. Esvazia-se de toda a consistência a
verdade da Mediação Universal de Maria. Reduz-se de muito a sua realeza e
presença de Graça. Atacam-se as formas de devoção mariana, até as mais
veneradas, como o Santo Rosário e os meses a Ela dedicados. Precisamos reagir! É
nosso dever defender com paixão de filhos a honra a beleza de nossa Celeste
Mãe. Lembremos de S. Afonso Maria de Ligório, que quando empunhava a caneta
para defender a Virgem dos ataques inimigos, chorava lágrimas quentes. Que
grande coração de filho ele tinha. E nós?
Votos
– Oferecer o dia pelas necessidades da Igreja;
– Recitar um Rosário por aqueles que traem a própria fé;
– Uma mortificação de presente ao Imaculado Coração.