Resumo dos livros da Bíblia-Livros Sapienciais

.Os livros sapienciais – Há 7 livros na Bíblia que são chamados de Sapienciais, isto é, que falam da sabedoria de Deus. Vamos examiná-los.

O livro de Jó – foi escrito no século V antes de Cristo, e medita sobre a questão do sofrimento humano. Por que sofrem os bons? A sua mensagem principal é que o homem deve humilhar-se no sofrimento e confiar em Deus que sabe tirar o bem até mesmo do mal. Mostra a vitória, pela fé, de um homem que mesmo coberto de lepra da cabeça aos pés, sabe ainda confiar em Deus, sem perder a fé e sem blasfemar. A grande mensagem do livro é que não podemos conhecer todas as causas do sofrimento, mas devemos fazer um ato de confiança absoluta em Deus. E não ficaremos frustrados.

O livros dos Salmos – contém 150 salmos de Davi, Salomão e outros. Eram orações ¨cantadas com o acompanhamento de instrumentos de corda¨. Era por excelência o livro de oração dos judeus e também da nossa Igreja. Canta os louvores de Deus, as lamentações do povo, os cânticos religiosos, os poemas e as súplicas. Exprimem as mais diversas situações de ânimo; adoração, louvor, perseguição, saudades do santuário, desejo de Deus, confissão dos pecados, esperança em Deus que salva, oráculos messiânicos, cânticos de Sion, etc…

O livro dos Provérbios – trazem a riquíssima sabedoria que o povo judeu armazenou durante a vida muito sofrida, especialmente no exílio. É o mais representativo da literatura sapiencial bíblica, que datam do século X a.C., às quais foram acrescentadas normas que são do séc IV /III aC. Aos poucos a sabedoria foi tomando aspecto religioso, com as suas raízes no ¨temor do Senhor¨, e procura agradar a Deus. É vista como um dom de Deus. Os sábios atribuíam a ao próprio Deus a sabedoria. O termo provérbio vem do hebraico ¨Meschalim¨, que quer dizer ¨Máximas¨. O livro consta de nove coleções de máximas, as mais antigas atribuídas a Salomão.

O livro do Eclesiastes – é parecido com o livro de Jó; uma vez que ambos tratam da questão do sofrimento. O termo eclesiastes quer dizer ¨orador¨ ou ¨pregador¨, aquele que fala na assembléia. Enquanto Jó parte a realidade do mal, Eclesiastes parte da vaidade e da deficiência de todos os bens. Quem lê o livro pode à primeira vista ficar confuso, quando recomenda o gozo dos bens materiais; no entanto são apenas reflexões que o autor faz consigo mesmo, contraditórias, antes de chegar às conclusões. Por fim termina dizendo: ¨teme a Deus e guarda os seus mandamentos¨. O autor do livro não é Salomão, mas um judeu da Palestina que viveu no séc. III a.C.

O livro do Cântico dos Cânticos – quer dizer ¨o mais belo dos cânticos¨ . O tema do livro é o amor de um homem chamado Salomão e rei por uma jovem chamada de ¨a sulamita¨, guarda de vinhas e pastora. A interpretação é a seguinte: sob a imagem do esposo é figurado o próprio Deus e, sob a imagem da esposa, a filha de Sion, o povo de Israel, que Deus escolheu entre todas a nações. Na perspectiva cristã é a figuração de Cristo (Esposo) e a Igreja (Esposa).Os místicos viram também na figura da esposa a Virgem Maria e, também, qualquer alma fiel a Deus. As fortes cenas de amor são uma maneira oriental de se expressas e não devem nos impressionar ou levar-nos a conclusões erradas; são fortes para mostrar o quanto Deus ama a humanidade.

O livro da Sabedoria – foi escrito por um judeu de Alexandria no norte do Egito, com o objetivo de fortalecer a fé dos judeus que viviam nesta região, de modo a não aderirem à religião dos povos desta região. Muitos judeus viviam nesta rica cidade fundada por Alexandre Magno (†324a.C). O autor exalta a Sabedoria judaica, cuja origem é Deus; e quer mostrar que ela nada é inferior à grega, que domina Alexandria.

O livro do Eclesiástico (ou Sirácidas) – A tradução grega é ¨Sabedoria de Jesus filho de Sirac¨. Os cristãos de língua latina o chamavam de ¨Ecclesiasticus¨, já que era usado para ensinar os bons costumes aos catecúmenos que se preparavam para o Batismo. Era o livro da ¨Ecclesia¨ (Igreja). É um pouco parecido com o livro dos Provérbios, mas revela uma fase mais avançada do pensamento dos judeus. O livro deve ter sido escrito aproximadamente no ano 190 aC em Jerusalém, em hebraico, e depois foi traduzido para o grego em 132 aC

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