Os profetas menores
Amós – era natural de Técua (Judá). Pastor de gado e cultivador de sicômoros. Exerceu o chamado profético no reino da Samaria, sob o rei Jeroboão (783-743 a.C.). Pregou contra o luxo, a depravação dos costumes, o culto idolátrico, previu a queda do reino da Samaria em 721 a.C. nas mãos dos Assírios. Foi um ministério curto mas forte.
Oséias – pregou também no reino do norte, da Samaria, sob Jeroboão II (783-743 a.C.). O livro mostra as relações de Javé com o povo judeu simbolizadas pelo casamento do profeta, que se casa com uma mulher leviana (Gomer), que o engana; mas que cai na escravidão; é, então resgatada pelo profeta que a recebe de novo como esposa. O tema principal do livro é o amor de Javé pelo seu povo.
Miquéias – profetizou sob Joatã, Acaz e Ezequias, reis de Judá (740-690 a.C.). Deve ter conhecido a queda do reino do norte em 721 e a invasão de Judá em 701 por Senaquerib. O profeta Jeremias cita um dos seus oráculos contra Judá (Jr 26, 18). Encontramos neste livro uma notável profecia messiânica (5,1-4).
Sofonias – Exerceu seu ministério sob o piedoso rei Josias (640-609 aC), que fez uma forte reforma religiosa em 622 (2 Rs 22,3-23,21). A mensagem principal de Sofonias é o anúncio do Dia do Senhor, também abordado por Amós e Isaías. O Senbor salvará o resto do seu povo, que lhe servirá na justiça, na humildade e na piedade.
Naum – era natural de Elcós. Trata somente da queda de Nínive, capital do império Assírio, que ameaçava os povos vizinhos e Judá. O livro é pouco anterior à queda de Nínive em 612 aC.
Habacuc – O livro trata do tema ¨porque o ímpio prevalece sobre o justo e o oprime?¨. É da época das ameaças dos Assíris sobre Israel. O Senhor responde indicando a queda final dos ímpios e a vitória dos justos. Mostra que Deus, por caminhos obscuros, prepara a vitória do direito e dos justos. ¨O justo viverá pela fé¨ (Hab 2,4; Rm 1, 17; Gal 3, 11; Hb 10,38).
Ageu – este profeta dá início ao último período dos profetas, após o exílio. O tom e a da Restauração. Ageu acompanha o povo na volta da Babilônia. Essa gente era hostilizada pelos estrangeiros que moravam na Judéia e nos países vizinhos, passava dificuldades. Então o profeta exorta este povo a reconstruir o Templo, e isto como condição para a vinda de Javé e do seu reino. Exerceu seu ministério no ano 520 aC.
Zacarias – Exerceu o ministério também por volta do ano 520aC., após o retorno do exílio. O livro se refere a oito visões do profeta que tratam da restauração e da salvação de Israel. Seguem-se os oráculos messiânicos. A segunda parte do livro é de difícil entendimento, com fatos históricos difíceis de conhecer e com um apocalipse que descreve as glórias de Jerusalém nos últimos tempos.
Malaquias – seu nome significa ¨meu mensageiro¨. Dois grandes temas são abordados pelo profeta: as faltas dos sacerdotes e dos fiéis na celebração do culto; e o escândalo dos matrimônios mistos e dos divórcios. O Senhor anuncia o dia do Senhor que purificará os sacerdotes e levitas, punirá os maus e concederá o bem aos justos. Fala da promessa da vinda de Elias que precederá o dia do juízo final. O livro de aproximadamente 515 aC, anterior à proibição dos casamentos mistos devida à reforma de Esdras e Neemias em 445 aC.
Abdias – é o menor dos livros proféticos, e de difícil entendimento. Dirigido a Edom, povo vizinho de Judá, sob o rei Jorã (848-841 aC). O livro exalta a justiça e o poder de Javé, que age como defensor do direito.
Joel – o livro foi escrito após o exílio, próximo do ano 400aC. É um compêndio da escatologia (últimos tempos) judaica. Descreve o Dia do Senhor, caracterizado pela efusão do Espírito Santo, o juízo sobre as nações e a restauração messiânica do povo eleito. O ataque dos gafanhotos, da primeira parte, indica os acontecimentos que antecederão imediatamente o Dia do Senhor. A segunda parte tem a forma de um apocalípse que descreve a intervenção final de Deus na história, com abalo cósmico.
Jonas – é diferente de todos os outros livros proféticos. Narra a história de um profeta, Jonas, que recusou a ordem do Senhor para que fosse pregar aos ninivitas. Milagrosamente conduzido pela providência divina chega a Nínive e consegue converter a grande cidade. Deus lhe ensina que a sua misericórdia atinge a todos os povos. É uma narração didática, parabólica, não história, para mostrar aos judeus do século V aC, muito nacionalistas, que a salvação é universal