A CONSTRUÇÃO DO PLANO (Benedito Prado)

Não é esta aqui a natureza que eu quis.
Que tomba indefesa, perdendo a beleza.
Trazendo a tristeza, na terra que eu quis.
Não é esta aí a terra que eu quis.
Desfeita em pedaços por grandes ricaços,
Por mãos criminosas do homem que eu fiz.
Não é este aí o homem que eu quis.
Que vive oprimido, que anda perdido,
Que cai abatido no mundo que eu fiz.
Será que eu falhei? Me digam vocês!
Será que eu pus muita água no mar?
Será que é o calor do meu sol a queimar?
Se acaso é assim, perdão, eu errei!
Agora eu lhes digo o mundo que eu quis:
As estrelas não brigam, o sol não se afasta,
O mar não soçobra na terra que eu fiz.
Agora eu lhes digo o homem que eu quis:
Um homem liberto, fraterno e aberto,
Fazendo da vida um canto feliz.
Será que eu falhei, por ser bom demais?
Será que o Amor, a Justiça e a Paz
Não valem mais nada no mundo que é meu?
Se acaso é assim, perdão, eu errei

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